quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Liberdade de Elicio santos

Liberdade
Ser livre para viver
Sem cadeias para o encontro
Tirar as algemas e escolher
O infinito risonho

Amar Você é o melhor pra mim
Ver além é o que me traz
Segurar no sem fim
E abraçar a paz

Não consigo te encaixar em minha mente
É grande demais pra entender
Uma causa sem causa é onipotente
Tudo o que me faz viver

Todas as vezes que me sinto só
O teu amor me diz que não
Nada mais do que pó
O espelho e uma visão

Visão real do ego
Amostras de limites em meu espelho
Limites que tenho e não quero

Mas Você destrói o vão
E me conserta os buracos
Enxuga a escuridão
No fervor dos teus abraços

Gostaria que todos te vissem
Mas para ver-te é preciso deixar de enxergar
Que bom se te seguissem
E entendessem que é possível voar.

Efemeridade

Efemeridade
Cada estação passa num regresso
E cada gesto é sempre o último
Nada se repete, mas parece igual
Não se entra duas vezes no mesmo rio
Mas parece que o seu fluxo está a nos dispor.
O parece é o que atrapalha
É a navalha que corta o tempo
Cada momento de desperdício
Do precipício que nos impede de amar mais,
De chorar mais, de sorrir muito mais
De guardar os segundos no bolso e emoldurá-los,
Até de errar mais, querendo acertar.
Cada estação passa num regresso
E parece que amanhã é sempre mais rápido
Nada é como pensamos,
Só se banha em um segundo uma vez,
E nunca será igual.

olhares

Certo homem viveu todos os seus dias procurando e recolhendo “riquezas” de toda a espécie. Quanto mais as tinha, mais se esforçava em obtê-las. De tudo o que se pode agradar aos sentidos ele possuía. Praticava hedonismo com toda a paixão, o qual acalentava traiçoeiramente toda a futilidade do seu coração. Tudo parecia caminhar de acordo com o seu arbítrio, o qual era usado apenas para tecer volúpias e libido pessoal. Inesperadamente uma notícia quebrou todos os seus ciclos de prazer e ócio espiritual: O seu filho havia morrido. A sua mente começou a Caminhar em retrocesso, trazendo luz ao seu entendimento entorpecido. Todos os abraços que negou, todas as noites que abandonou, todos os beijos que omitiu, todos os momentos que não viveu com aquele a quem tanto amava; tudo ficou amontoado em sua memória agora chorosa. De repente o seu conceito de riqueza mudou, se ele pudesse, todos os seus bens daria por um mero sorriso do seu filho querido que partira. Nada no mundo inteiro poderia tecer novamente os banhos de tempo que ele desperdiçara; o dinheiro não compra a existência. Dolorosamente ele aprendeu que o essencial é invisível aos olhos e intangível aos sentidos. Nesta vida o que mais importa é o que não se vê e o que carrega sentido em suas asas é incomprável... O mais importante agora era voar.