quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Efemeridade

Efemeridade
Cada estação passa num regresso
E cada gesto é sempre o último
Nada se repete, mas parece igual
Não se entra duas vezes no mesmo rio
Mas parece que o seu fluxo está a nos dispor.
O parece é o que atrapalha
É a navalha que corta o tempo
Cada momento de desperdício
Do precipício que nos impede de amar mais,
De chorar mais, de sorrir muito mais
De guardar os segundos no bolso e emoldurá-los,
Até de errar mais, querendo acertar.
Cada estação passa num regresso
E parece que amanhã é sempre mais rápido
Nada é como pensamos,
Só se banha em um segundo uma vez,
E nunca será igual.

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